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Coluna da Paula Fernandes

Coluna da Paula Fernandes: Acabou, Jéssica?

 

paula fernandes 2Muita gente já assistiu, nessa semana, ao vídeo de uma adolescente que apanha da outra na rua e, ao final, lança a pergunta: ‘acabou, Jéssica?’. Para muitos, é motivo de piada. Diversos compartilhamentos e a exposição de uma menina que já havia passado por uma situação traumática: apanhar de uma colega na frente de várias crianças, sem ninguém intervir.

Contudo, o que pouca gente percebe, ao assistir ao vídeo e rir dele é a reprodução de uma prática do machismo no dia a dia das mulheres: a de que devemos ser inimigas umas das outras. Desde pequenas, somos ensinadas que não se confia em mulher, para cuidarmos para que nossas amigas não roubem nossa atenção e nossos namorados, que devemos ser as mais lindas, a que mais chama atenção, entre outras coisas. E esse pensamento precisa mudar. Assim como a prática.

Uma das coisas que mais me preocupa na exposição de uma menina dessa maneira é que esse caso não é único. A cada dia, mais e mais vídeos de violência – inclusive e especialmente entre crianças e adolescentes – são compartilhados nas redes sociais. E boa parte deles expõe meninas.

Aqui em Campo Mourão, uma página no Facebook sempre publica vídeos de brigas de adolescentes – em sua maioria, meninas – em frente às escolas. E nenhuma autoridade fez nada, até agora, para que essa página saia do ar ou para que os responsáveis pela exposição de crianças e adolescentes possa pagar por expô-las.

E essas brigas têm sido tão frequentes que, nessa semana, uma delas virou notícia na mídia mourãoense: duas meninas do 6º ano do Colégio Estadual, de 11 e 12 anos, brigaram e uma delas teve de ser socorrida e encaminhada ao hospital, com suspeita de fratura na perna. As meninas se desentenderam no intervalo e foram incentivadas pelos colegas, até que decidiram agredir uma à outra.

Isso nos leva a outra questão: por que briga entre mulheres tem tanta repercussão, tanto apoio para que aconteça? Aí, mais uma vez, voltamos a lembrar da situação machista em que somos criadas, onde aprendemos que somos eternas rivais.

Meninas, vocês não devem ser rivais. Vocês precisam se amar. Entender que todas estamos juntas nessa caminhada e que, caso dê para dizer que algo é o mais lindo do feminismo, isso é a sororidade. Porque a sororidade nos ensina que somos irmãs, amigas, e que podemos sempre contar umas com as outras. E isso é importante para a construção da nossa sociedade – e para a desconstrução do machismo, especialmente o estrutural.

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