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Coluna do Austin Andrade

Coluna do Austin Andrade: Ensino a distância – deficiência na formação profissional

Ensino a distãnciaResolvi começar o presente artigo com algumas perguntas capciosas. Você nobre leitor, você nobre leitora, caso fosse submetido (a) a uma cirurgia qualquer, teria coragem de se aventurar num médico graduado a distância? Ou mudando um pouco, teria coragem de entregar à construção da sua casa nas mãos de algum engenheiro ou arquiteto graduado a distância?  Se as respostas forem não, então porque colocar a educação dos nossos filhos nas mãos de professores graduados a distância?

Profissionais bons e ruins existem em todas as áreas, em qualquer profissão, mas vamos por parte. Quando falamos de educação, devemos ter um cuidado especial, especialmente quando nos referimos ao ensino de história.

Para o aclamado historiador e filósofo Jörn Rüssein, o ensino de história capenga, unilateral, autocentrado e discriminante, onde o professor se coloca apenas como transmissor de conteúdo, e não de conhecimento, provoca um afastamento e contraposição dos estudantes, ás vezes de forma radical.

Rüssein lembra que na forma mecânica de lecionar, sem contextualizar as ideias, sem haver aprofundamento e abrangência nas discussões propostas, torna-se difícil perceber como os alunos estão construindo conceitos. Isso porque o processo de aprendizagem em história está relacionado diretamente à consciência histórica de cada um.

Partindo por esse prisma, a competência narrativa é importante para a construção do conhecimento histórico e de identidade do aluno, pois ele poderá ampliar seus conceitos, perceber alguns elementos básicos como a origem do nosso sistema de pensamento, a construção dos mecanismos que fizeram com que chegássemos até aqui, ou simplesmente a se perceber como agente ativo da história. Afinal! A história não é feita apenas por grandes acontecimentos e pelos ditos heróis, ou grandes pessoas. A história é feita por cada um de nós.

Para Michel de Certeau, a pessoa quando realiza uma leitura, acaba se apropriando do conteúdo a sua maneira. Com seus gestos e ações, baseadas em suas próprias relações sociais. Exatamente por isso é importante que haja explanação dentro das salas de aula. Que o professor não tenha preguiça de promover discussões, de ampliar conceitos e de fazer uma interpretação dos fatos estudados.

Dentro dessa perspectiva, é praticamente impossível uma boa formação sem uma boa contextualização com aulas presenciais diárias. Onde disciplinas teóricas sejam analisadas a exaustão, onde métodos sejam devidamente testados. Onde o graduando tenha oportunidade de desenvolver projetos como PIBID (Programa de Iniciação a docência), e Iniciação Científica.

Se para a formação de um bom advogado é necessário no mínimo quatro anos de estudos intensos, para a carreira docente não é diferente. Quatro anos no mínimo, e de preferencia que venha acompanhado por mais dois anos de mestrado. É o mínimo que nosso sistema educacional merece. É o mínimo que os alunos e as alunas merecem.

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