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Coluna do Austin Andrade

Coluna do Austin Andrade: FETACAM – Ballet Guaíra, uma companhia em busca de identidade

Foto: Sérgio Vieira

Foto: Sérgio Vieira

O Festival de teatro de Campo Mourão aberto no último dia 24 com o espetáculo de dança “Romeu e Julieta,” do tradicional Ballet Teatro Guaíra, tem proporcionado aos amantes das artes cênicas bons motivos para sair de casa. Se o festival não tem o glamour de um passado recente, pelo menos ele é realizado, o que já é digno de elogios.

O espetáculo escolhido para a abertura não poderia ser mais indicado. Quem acompanha de perto o BTG sabe a luta que essa companhia sediada em Curitiba tem feito para se manter em evidência.

Num período em que um dos segredos para o sucesso de uma companhia de dança é a praticidade com elenco reduzido, espetáculos dinâmicos, que dialoguem com o contemporâneo, onde algumas questões sociais acabam entrando em voga. O BTG tenta se reinventar a sua maneira.

Com um elenco homogêneo repleto de qualidade técnica, o corpo de baile parece não conseguir se ajustar ao elemento contemporâneo, seja no modo de caminhar pelo palco, seja na transmissão da voz, algumas questões que reverberam com naturalidade em companhias como a Quasar, Cena11, e porque não na finada (infelizmente) Verve Cia de dança, ainda estão a quilômetros de distância da companhia curitibana.

Ver o BTG é sempre um enorme prazer, é muito legal que o estado ainda empregue artistas de qualidade, mas que esses artistas não fiquem restrito ao ambiente curitibano, a participação deles em festivais, ou apresentações por todo estado é fundamental para a difusão da arte, afinal, trata-se de uma companhia sustentada pelo povo paranaense.

Essa integração capital-interior pode inclusive ajudar com que os interpretes desenvolvam um novo corpo. Para o artista é fundamental o exercício do observar, do aprender com os elementos que compõem nossas relações sociais. Sabemos que o Ballet Guaíra ainda tem muito que aprender, tem que muito que assimilar, mas o espetáculo apresentado em Campo Mourão foi um alento. A arte paranaense precisa de uma Fundação teatro Guaíra forte, entrosado com seu estado.

E o BTG precisa se entrosar com o que existe de vanguarda no mundo, não digo trocar todo o guarda roupa, mas permitir-se coisas novas. Afinal, uma companhia desse porte não pode ficar 15 anos sem pisar no eixo Rio/São Paulo, uma companhia desse porte tem que ser fonte de desejo para artistas do Brasil todo. O que seria um orgulho para nós.

 

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