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Coluna do Wesley Ribeiro

Coluna do Wesley Ribeiro: Sobre a ideia de liberdade

LiberdadeVocês sabem qual talvez seja o ponto mais vulnerável da teoria liberal? Sua concepção de liberdade. O problema com ela é que tende a considerar a liberdade meramente como uma liberdade de mercado: ser livre seria igual a ser livre para negociar, quer dizer, vender e comprar mercadorias – mais exatamente comprar, para a maior parte de nós; mas isto seria reduzir a vida humana a atividades meramente voltadas àquilo que denominamos luta pela sobrevivência. Que valor teria a civilização, se não fosse para garantir a nós mais liberdade, se não fosse para nos livrar de uma vida vivida como mera luta pela sobrevivência?

O que seria a liberdade? Talvez seja a possibilidade de buscar realizar nossos anseios próprios. Os anseios de um homem não reduzem-se a querer comprar, adquirir coisas materiais, a não ser que seja “educado” para isto. De fato, em contraposição, se buscamos nos cultivar por meio das artes, por exemplo, ou da filosofia, etc. nossos anseios poderão tornar-se outros muito distintos.

O problema com os liberais é esta tendência a reduzir a vida humana ao seu aspecto material – talvez porque ele seja mais facilmente mensurável e, por isso, seja também mais facilmente tornado objeto de um discurso científico. É evidente que estou colocando muita gente diferente em um mesmo saco, rotulando-os como “liberais”. Quem seriam os liberais? Se fôssemos tirá-los todos do saco em que os colocamos, teríamos exemplares muito distintos uns dos outros. Seriam, todos eles, defensores da liberdade? Esta definição é muito ampla e, como sabemos, não serve. Falamos aqui daqueles liberais dos quais podemos dizer que fazem a liberdade em geral equivaler à liberdade de mercado. Estes liberais defendem esta ideia de liberdade. Eu pretendo defender uma ideia de liberdade bem mais ampla: não quero ser considerado e viver como um mero consumidor de mercadorias. Isto é muito pouco para um homem!

Ainda falam de um “socialismo real” em contraposição a um utópico; pois falaremos aqui em um “liberalismo real”, debaixo do qual nossa liberdade tornou-se mera liberdade para escolher uma mercadoria entre outras, segundo o poder aquisitivo, o poder de adquirir mercadorias, de cada um. Para mim, uma verdadeira defesa da liberdade não se encontra em meio a este “liberalismo real”

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